Crônica: A Visita da Senhora Paixão
Rafael Marques Menezes,
Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise
Numa tarde de reflexões, enquanto ponderava sobre os mistérios da psique humana, fui visitado por uma figura enigmática: a Senhora Paixão. Ela não era como uma emoção personificada, cuja presença em minha prática psicanalítica se revelou uma força tanto turbulenta quanto inspiradora.
A Senhora Paixão é uma mestra em transformar o ordinário em extraordinário. Com ela, o coração bate mais forte, as cores se tornam mais vivas, e cada momento é saturado de intensidade e significado. Ela não se contenta com a superficialidade, buscando sempre as profundezas da experiência humana.
Sua natureza é dupla; ela é tanto a chama que aquece quanto o fogo que consome. Nos corações de meus pacientes, vi-a como uma fonte de energia vital, impulsionando-os em direção a amores, carreiras e sonhos. Mas também testemunhei o seu lado tempestuoso, quando essa mesma paixão se transforma em obsessão, desequilibrando e ofuscando a razão. A Senhora Paixão, como aprendi com as teorias de grandes pensadores da psicanálise, não é uma força a ser reprimida, mas compreendida. Ela fala de desejos profundos, de anseios não expressos e de uma sede de viver plenamente. Em sua presença, os contornos da vida se tornam mais nítidos, e o que é verdadeiramente importante se destaca com clareza.
Em sessões onde sua presença se fazia sentir, observei como ela incitava meus pacientes a se confrontarem com seus medos, a questionarem as convenções e a se entregarem à busca por uma vida autêntica. A paixão os impelia a questionar, a desafiar, a buscar. No entanto, também percebi a necessidade de equilibrar a ardência da Senhora Paixão com a temperança. Em seu fervor, ela pode cegar e levar ao esquecimento de outras partes essenciais do ser. A psicanálise nos ajuda a pensar que a paixão deve ser integrada, não dominante, um componente de um eu mais rico e multifacetado.
A Senhora Paixão, em sua dança com o humano, revela a beleza e a complexidade da nossa natureza. Ela nos lembra que viver é sentir profundamente, com toda a amplitude de nossas emoções.
Em cada sessão onde ela se faz presente, aprendo mais sobre a capacidade humana de amar, de desejar e de transformar.
Assim, a cada visita da Senhora Paixão, vejo a tapeçaria da experiência humana se tornar mais rica e colorida. Ela é um lembrete de que, no coração de cada um de nós, há uma chama que busca iluminar e aquecer, uma chama que dá sentido e cor à jornada da vida.
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