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Entre Perseguições e Perdas: Reflexões de um Psicanalista

 

Rafael Marques Menezes,

Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise

Na quietude do meu consultório, onde os segredos mais profundos encontram voz, testemunho diariamente o drama humano em suas mais variadas formas. Como psicanalista, orientado pela teoria kleiniana, mergulho nas águas turvas da ansiedade, navegando entre dois grandes mares: a ansiedade persecutória e a depressiva.

 

Cada paciente traz consigo um mundo interno povoado por medos e desejos, sombras e luzes. Há aqueles que se sentam no divã, olhos inquietos, coração acelerado, falando de um medo quase tangível de serem prejudicados. Suas palavras são como flechas apontadas para ameaças invisíveis, mas visceralmente sentidas. Esta é a ansiedade persecutória em sua forma mais crua, um temor constante de um ataque iminente, seja ele real ou imaginado.

 

Observo como essa ansiedade se manifesta: um olhar que constantemente busca o perigo, um sobressalto a cada som. É uma luta diária contra inimigos invisíveis, uma vigilância que nunca descansa. Em momentos assim, o consultório se transforma em um campo de batalha, onde cada palavra minha é cuidadosamente medida, tentando desarmar as bombas de medo e desconfiança.

 

Por outro lado, há aqueles cuja ansiedade se veste de tristeza e culpa. Eles falam de perdas, de amores que se foram, de oportunidades perdidas. Suas palavras são carregadas de remorso, um lamento constante pelo que poderia ter sido. Esta é a ansiedade depressiva, um luto persistente por objetos amados – reais ou simbólicos – que se perderam no caminho.

 

Esses pacientes olham para dentro, não para fora. Seus inimigos são internos, fantasmas de culpa e arrependimento que assombram seus dias e noites. Em suas narrativas, percebo um desejo profundo de reparação, uma busca por redenção que parece nunca chegar.

 

Em minha prática clínica psicanalítica, aprendi a identificar os sinais sutis dessas ansiedades. A ansiedade persecutória surge como um trovão, forte e assustador, enquanto a ansiedade depressiva é como uma chuva persistente, menos intensa, mas constante e erosiva. Ambas têm o poder de paralisar, de distorcer a realidade, de transformar a vida em um labirinto de medos e sombras.

 

A transferência e a contratransferência se entrelaçam nesse processo. Vejo como a ansiedade dos pacientes se projeta em mim, desafiando-me a manter a objetividade, a não me perder nas suas tempestades emocionais. É um exercício constante de autoanálise, um esforço para ser o porto seguro em meio às suas tormentas.

 

Cada sessão é um passo nessa jornada de autodescoberta e amadurecimento emocional. Através da psicanálise, tentamos juntos desvendar os mistérios da mente, enfrentar os fantasmas do passado e, quem sabe, encontrar um caminho para a paz interior. E enquanto eles falam, eu escuto, lembrando-me sempre de que, no coração da psicanálise, está a crença inabalável na capacidade do ser humano de se reinventar, de reescrever sua própria história.

 

Hanna Segal: Uma Jornada de Vida e Educação

 

Rafael Marques Menezes,

Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise

Hanna Segal, uma figura proeminente no mundo da psicanálise, nasceu em 1918 na vibrante cidade de Łódź, na Polônia. Sua trajetória de vida é marcada por desafios, superação e uma incessante busca pelo conhecimento, elementos que a tornaram uma das psicanalistas mais respeitadas do século XX.

Desde jovem, Segal demonstrou uma aptidão notável para os estudos, o que a levou a ingressar na faculdade de medicina. Sua jornada acadêmica não se limitou apenas à medicina convencional; ela mergulhou profundamente no campo da psiquiatria, buscando entender os mistérios da mente humana. Foi nesse período que ela começou a moldar sua futura carreira como psicanalista, uma profissão que exigiria não apenas seu intelecto aguçado, mas também uma profunda capacidade de empatia e compreensão.

No entanto, a Segunda Guerra Mundial e a ocupação nazista trouxeram tempos sombrios e incertos, forçando Hanna a tomar uma decisão corajosa: deixar sua terra natal. Com determinação e esperança, ela migrou para a Inglaterra, um movimento que se provaria crucial para sua carreira e desenvolvimento pessoal.

Na Inglaterra, Hanna Segal não permitiu que as adversidades da guerra diminuíssem seu ímpeto de aprender e crescer. Ela retomou seus estudos e treinamento em psicanálise, mergulhando de cabeça em um campo que estava prestes a ser transformado por suas futuras contribuições. Foi nesse novo capítulo de sua vida que Segal começou a construir seu legado, um legado que continuaria a influenciar gerações de psicanalistas e entusiastas da psicologia.

Hanna Segal: Contribuições Inestimáveis para a Psicanálise

A jornada de Hanna Segal no mundo da psicanálise é marcada por suas contribuições inovadoras e sua dedicação incansável à compreensão da mente humana. Uma das áreas em que ela mais se destacou foi na sua relação com as teorias de Melanie Klein, uma das figuras mais influentes na história da psicanálise.

Teoria Kleiniana: Uma Paixão e Dedicação

Hanna Segal não apenas adotou as teorias de Melanie Klein, mas também se tornou uma de suas mais fervorosas defensoras e intérpretes. Ela trabalhou incansavelmente para expandir e aplicar os conceitos kleinianos em sua prática clínica e em suas obras escritas, contribuindo para a evolução e o enriquecimento dessa escola de pensamento. Segal tinha uma habilidade única de tornar as complexas teorias kleinianas acessíveis e compreensíveis, ajudando a disseminar esses conceitos para uma audiência mais ampla.

Posições Esquizo-Paranoide e Depressiva: Uma Análise Profunda

Um dos conceitos centrais na teoria kleiniana são as posições esquizo-paranoide e depressiva. Hanna Segal mergulhou profundamente nesses temas, explorando como essas posições se manifestam em pacientes adultos. Ela aprofundou o entendimento da comunidade psicanalítica sobre essas posições, destacando sua relevância não apenas na infância, como originalmente proposto por Klein, mas também em toda a vida adulta. Segal mostrou como a oscilação entre essas duas posições pode ser um indicador vital da saúde mental de um indivíduo e desempenha um papel crucial na compreensão de várias patologias.

Simbolismo e Criatividade: Explorando Novas Fronteiras

Hanna Segal possuía um fascínio particular pelo mundo do simbolismo e da criatividade. Ela acreditava fervorosamente que a capacidade de simbolizar e criar significados é um pilar central da saúde mental. Segal explorou como distúrbios nos processos simbólicos podem levar a sérios problemas psicológicos, lançando luz sobre áreas anteriormente inexploradas da psicanálise. Sua pesquisa e escrita sobre a relação entre simbolismo, criatividade e arte abriram novos caminhos para a compreensão de como a mente humana processa e cria significado, influenciando não apenas o campo da psicanálise, mas também o mundo da arte e da cultura.

Hanna Segal: Uma Voz Literária na Psicanálise

A contribuição de Hanna Segal para a psicanálise não se limitou apenas à sua prática clínica e ao ensino; ela também deixou um legado duradouro através de suas publicações. Seus escritos refletem sua profunda compreensão das teorias psicanalíticas e sua habilidade única de comunicar ideias complexas de maneira clara e acessível.

“Introduction to the Work of Melanie Klein”: Desvendando o Kleinianismo

Um dos livros mais conhecidos de Hanna Segal é “Introduction to the Work of Melanie Klein“. Nesta obra, Segal oferece uma introdução meticulosa e acessível às ideias inovadoras de Melanie Klein, uma das pioneiras da psicanálise. O livro é amplamente reconhecido por sua capacidade de desmistificar os conceitos kleinianos, tornando-os acessíveis tanto para estudantes quanto para profissionais experientes. Segal não apenas explica as teorias de Klein, mas também as ilustra com exemplos clínicos vívidos, ajudando os leitores a compreenderem a aplicabilidade prática dessas ideias no cenário terapêutico.

“Klein”: Uma Jornada Aprofundada

Em “Klein“, Segal vai além de uma introdução básica, oferecendo uma análise abrangente e aprofundada do trabalho de Melanie Klein. Este livro é um testemunho do profundo respeito e admiração que Segal tinha por Klein, e ela explora os nuances e a complexidade das teorias kleinianas com uma clareza e profundidade raramente vistas. “Klein” é considerado uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada em entender os fundamentos da escola kleiniana de pensamento e sua evolução ao longo do tempo.

“Dream, Phantasy and Art”: A Psicanálise Encontra a Arte

Dream, Phantasy and Art” é outra obra significativa de Hanna Segal, na qual ela explora a fascinante interseção entre a psicanálise, os sonhos, a fantasia e a arte. Segal acredita que a arte, em suas várias formas, oferece uma janela única para o inconsciente, permitindo uma expressão simbólica das fantasias mais profundas e dos conflitos internos. Neste livro, ela analisa como os sonhos e as fantasias se manifestam na arte, proporcionando insights valiosos sobre a natureza da criatividade e o papel do simbolismo na expressão artística. “Dream, Phantasy and Art” é uma obra que desafia as fronteiras entre diferentes disciplinas, mostrando como a psicanálise pode enriquecer e ser enriquecida pelo estudo da arte.

Hanna Segal: Uma Luz Guiadora na Psicanálise

A influência de Hanna Segal no mundo da psicanálise estende-se muito além de suas teorias e práticas clínicas. Ela foi uma educadora e palestrante extraordinária, cujo legado continua a ressoar em salas de aula, conferências e consultórios de psicanálise em todo o mundo.

Ensino e Palestras: Compartilhando Sabedoria

Hanna Segal tinha uma paixão ardente por ensinar e compartilhar seu conhecimento. Ela foi uma palestrante procurada, conhecida por sua habilidade de transmitir conceitos complexos de maneira clara e envolvente. Segal ensinou em várias instituições prestigiadas ao redor do mundo, deixando uma marca indelével em seus alunos e colegas. Suas palestras eram eventos esperados, onde ela compartilhava não apenas seu vasto conhecimento, mas também sua paixão pela psicanálise, inspirando inúmeros indivíduos a seguir seus passos e explorar as profundezas da mente humana.

Morte e Legado: Uma Chama que Nunca se Apaga

Hanna Segal faleceu em 2011, mas sua luz continua a brilhar intensamente no mundo da psicanálise. Seu legado vive nas mentes e corações daqueles que ela ensinou, influenciou e inspirou. Suas contribuições para a compreensão do simbolismo, da criatividade e da arte permanecem como pilares fundamentais na psicanálise contemporânea, e seu trabalho continua a ser uma referência essencial para todos aqueles interessados em explorar as complexidades da mente humana.

Conclusão: Uma Jornada de Reflexão e Inspiração

Ao refletirmos sobre a vida e obra de Hanna Segal, somos convidados a embarcar em nossa própria jornada de descoberta e inspiração. Seu legado nos desafia a olhar além do superficial, a buscar significados mais profundos e a apreciar a beleza intrínseca do processo psíquico.

E agora, voltamos nosso olhar para dentro, questionando-nos: Como podemos carregar a tocha acesa por Hanna Segal, continuando a explorar, questionar e aprofundar nosso entendimento da psicanálise? Como podemos aplicar suas teorias e insights em nossa própria prática e vida, honrando seu legado e contribuindo para o avanço contínuo da psicanálise?

Hanna Segal nos mostrou que a psicanálise é uma jornada sem fim, repleta de descobertas, desafios e recompensas inestimáveis. Ela nos inspirou a sermos curiosos, a sermos apaixonados e, acima de tudo, a sermos incansáveis em nossa busca pelo conhecimento. Sua vida e obra permanecem como um convite à reflexão, à inspiração e à ação, desafiando-nos a continuar explorando as profundezas da mente humana e a deixar nossa própria marca no mundo da psicanálise.

 

Uma crítica psicanalítica à Psicologia Social e sua base teórica marxista

 

Rafael Marques Menezes,

Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise

A psicanálise, inaugurada por Sigmund Freud no final do século XIX, propôs uma visão diferenciada da mente humana, dando primazia ao inconsciente e suas dinâmicas em relação ao comportamento humano. Diferente da psicologia social, que se concentra no indivíduo em relação ao coletivo, a psicanálise busca explorar a relação do indivíduo consigo mesmo, enfocando a dimensão individual do inconsciente.

A premissa marxista na psicologia social

A base teórica marxista, que influenciou fortemente algumas correntes da psicologia social, sustenta que as relações sociais, especialmente as relações de classe, são fundamentais na determinação das ações e comportamentos humanos. Nesta perspectiva, os fenômenos psicológicos são vistos primordialmente como resultantes das relações sociais e econômicas.

Refutando a visão marxista a partir da psicanálise

Enquanto a psicologia social, influenciada pelo marxismo, tem suas próprias contribuições valiosas ao entendimento do comportamento humano, é crucial reconhecer que a mente humana é multifacetada e não pode ser compreendida apenas através de lentes socioeconômicas. A psicanálise, com sua ênfase nas dinâmicas inconscientes e intrapsíquicas, oferece uma visão mais profunda e complexa do ser humano, que vai além das relações de classe e estrutura social.

 

Crítica à Base Teórica da Psicologia Social Através da Ótica da Relação Objetal na Psicanálise (Parte 2)

 

Rafael Marques Menezes,

Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise

Profundidade da Relação Objetal na Psicanálise e o Conceito de Objeto Bom e Objeto Mau

Na psicanálise britânica, particularmente nas contribuições de Melanie Klein, a complexidade das relações objetais é destacada pelas noções de “objeto bom” e “objeto mau”. Klein sugere que, desde muito cedo, os bebês se dividem entre experiências boas e más com seus objetos (por exemplo, a mãe ou o seio materno). Quando suas necessidades são atendidas, percebem o objeto como “bom”. Quando estão frustrados ou angustiados, percebem o objeto como “mau”. Essa divisão é fundamental para a construção do mundo interno da criança.

A Ausência da Dualidade Objetal na Psicologia Social

Em resumo, enquanto a psicologia social proporciona insights valiosos sobre o comportamento humano em contextos de grupo, a profundidade e complexidade das relações objetais, como teorizado por Klein e outros psicanalistas, oferece uma compreensão mais rica e matizada das motivações e comportamentos individuais. Ignorar essa profundidade pode resultar em uma compreensão superficial e incompleta da natureza humana.

 

Crítica à Base Teórica da Psicologia Social Através da Ótica da Relação Objetal na Psicanálise (Parte 1)

 

Rafael Marques Menezes,

Psicanalista e Diretor da Escola Britânica de Psicanálise

Introdução à Ótica da Relação Objetal na Psicanálise

A ideia de “relação objetal” no âmbito da psicanálise se refere às maneiras pelas quais um indivíduo se relaciona com “objetos” (aquilo que não é o “Eu”) significativos, geralmente outras pessoas, particularmente aquelas que são fundamentais durante os estágios iniciais do desenvolvimento. Estes “objetos” incluem figuras parentais, irmãos, cuidadores e outros indivíduos que têm um papel central na formação da personalidade e identidade do sujeito.

Melanie Klein, uma pioneira na área da psicanálise objetal, argumentou que desde o nascimento, os bebês têm relações com objetos (inicialmente o seio materno) que são carregadas de fantasia. Estas relações, e as fantasias que as acompanham, desempenham um papel fundamental na formação da psicologia do indivíduo, incluindo a maneira como ele posteriormente percebe e interage com os outros.

Limitações da Psicologia Social Frente à Ideia da Relação Objetal na Psicanálise

O núcleo da psicologia social, enquanto campo de estudo, reside em compreender o comportamento humano no contexto de sua interação com a sociedade e os grupos aos quais pertence. Embora isso seja fundamental, pode haver uma tendência a negligenciar ou subestimar a profundidade e a complexidade das relações objetais que formam a base da psicologia individual.

Ao examinar o comportamento humano apenas através da lente da influência social, corre-se o risco de perder a rica tapeçaria de relações objetais que estão por trás de muitos comportamentos e reações individuais. Esta é uma crítica fundamental que a psicanálise objetal pode fazer à psicologia social.

Reflexões sobre as possíveis consequências psicológicas do uso da Internet.

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Sandra Almeida,

Psicanalista Membro do Programa de Formação da Escola Britânica de Psicanális

Um dos aspectos psicológicos mais percebidos é a dinâmica relacionada ao controle. A Internet proporciona ao usuário uma sensação de controle sobre o relacionamento com os outros e um ambiente de estabilidade, enquanto na vida offline isso não é sentido.

Porém, embora prefiram a interação virtual porque têm o controle, os usuários acabam perdendo o controle de si mesmos. A questão, então, gira em torno da polaridade incontrolável do controle.

Outro aspecto psicológico importante é que os usuários utilizam a Internet para se distrair, fugir, obter prazer e obter apoio emocional.

A Internet alivia temporariamente os problemas, tornando-se por vezes o principal meio de relacionamento com outras pessoas; às vezes fornecendo uma técnica de distração muito eficaz.

O prazer obtido com essas atividades é viciante, o que faz com que a vida do indivíduo comece a ficar restrita à Internet.

O prazer parece advir do controle das atividades, da evitação que elas podem proporcionar, da facilidade e disponibilidade do material sexual, do anonimato, da quantidade infinita de informações.

Outro aspecto psicológico muito importante está ligado ao conceito que pode ser chamado de “ambiente real”, visto ao mesmo tempo como ilusório e real, permitindo um relacionamento “médio” com as pessoas.

É considerado ilusório porque não pode ser removido do computador; ao mesmo tempo, proporciona sentimentos e emoções muito reais.

A Internet revela-se como um espaço de transição onde estas experiências podem ser realizadas com segurança.

No entanto, deixou de ser concebido como transitório para ser um espaço permanente de uso patológico. Torna-se então um espaço constante num mundo de transições, um ambiente estável, que para o usuário não se encontra na vida offline.

Inclui também o aspecto psicológico de que muitos sujeitos utilizam a Internet como forma de “libertar-se”, seja de aspectos obscuros, comportamentos sexuais, ataques, ou mesmo aspectos conhecidos, mas pouco assumidos em relação aos outros (como no caso dos tímidos). 

A Internet promove ao usuário a sensação de que ali pode ser livre; você pode ser quem quiser, sem censura ou sanções sociais.

O fato de estar diante de um computador e não de uma pessoa faz com que as barreiras defensivas sejam quebradas e o sujeito possa se mostrar como é.

Sim, a televisão já foi um meio que influencia ampla e negativamente a formação do sujeito. Sem dúvida, o uso excessivo e pouco saudável da Internet promove uma influência ainda mais negativa, um distanciamento ainda maior dos familiares.

Nesse caso, o distanciamento não se limita aos familiares, mas se estende aos círculos sociais.

A invasão da Internet nas casas das famílias através dos diferentes dispositivos disponíveis leva a um maior confinamento em espaços narcísicos virtuais e ilusórios.

A busca pela identidade fica comprometida, pois os “elos” são estabelecidos por meio de uma máquina.

O indivíduo ultrapassa a realidade e a castração deixa de ser um imperativo para viver em sociedade.

Outro aspecto muito importante que devemos levar em consideração em relação ao uso da Internet é que enquanto estamos “aproveitando” toda essa gama de efeitos que a Internet causa no ser humano, existe uma outra faceta desse sistema operacional e, muitas vezes, não aceitamos bem, consideremos que é a entrega da nossa “privacidade” a um sistema que pode utilizá-la para fins perversos; de controle, manipulação e implementação de ferramentas que nos deixam completamente vulneráveis ​​e indefesos.

A Família e os meios de comunicação

Sandra Almeida,

Psicanalista Membro do Programa de Formação da Escola Britânica de Psicanálise

 

Sem dúvida, a família continua a ser a instituição mais importante no processo de civilização e socialização, e não devemos renunciar a isso, no entanto, o seu peso neste processo tem sido cada vez menor devido à influência dos meios de comunicação social.

Como já referido, o perigo é que a geração atual tenha muito mais meios de comunicação externos à família como princípio norteador da realidade e, portanto, permaneça desprotegida.

A função paterna perde peso e a mídia passa a exercer essa função, que não necessariamente representa a realidade.

A moralidade sexual foi alterada e, portanto, ficou para trás o complexo de Édipo, que institui a castração tão necessária à formação do sujeito e promove a socialização.

Os meios de comunicação social têm o monopólio da formação e são uma verdadeira ditadura.

Sabe-se que a televisão influencia negativamente a interação familiar e as alterações que produz na comunicação familiar.

De certa forma, a televisão parece mais um membro da família, é uma fonte de prazer, informação e conhecimento.

É verdade que isto deve-se às enormes mudanças sociais e culturais que temos atravessado nas últimas décadas e que fazem com que pais e filhos já não brinquem como antes, por exemplo.

Podemos dizer que as consequências desta realidade são prejudiciais à estruturação do sujeito, uma vez que a família desempenha um papel primordial no processo de reprodução social e cultural da nossa sociedade como fornecedora de modelos, identificações e construção do princípio da realidade, que são elementos que constituem o Eu.

A identificação é um processo que proporciona transformação parcial e total, portanto as primeiras identificações produzem efeitos que serão universais e duradouros.

Quando a criança se identifica com uma figura, mesmo que fictícia, veiculada na televisão, por exemplo, ela internaliza suas características, não apenas relacionadas a valores e ideologia, mas também características físicas.

Se não for assim, a criança acaba sendo marginalizada pelos outros, e ela não quer isso.

Muitos pais não sabem que têm algo dentro de sua casa que lhes faz mal.

Isso acontece por vários motivos, entre eles, utilizam essas mídias como forma de distração para as crianças, porque precisam descansar, e até por desconhecimento.

Em síntese, especialmente a televisão, os meios de comunicação são os que mais oferecem modelos do princípio de realidade que substitui o princípio do prazer ao longo do desenvolvimento do psiquismo da criança, o que permitirá uma socialização saudável através de identificações e transmissão de valores, ideologias e éticas que formou o Supergo do assunto.

Com isso, percebemos que a família desempenha um papel menos efetivo na orientação dos filhos sobre o princípio da realidade.

Quando há um desvio destes modelos impostos pela comunicação de massa, esses desvios são punidos, muito mais fora da família e muitas vezes contra o ambiente familiar.

O papel formativo dos meios de comunicação e a sua influência na estruturação psíquica do sujeito

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Sandra Almeida,

Psicanalista Membro do Programa de Formação

É fato que a mídia pode influenciar a organização psíquica dos indivíduos. Essa influência ocorre de diferentes formas em relação aos diferentes veículos de comunicação.

Quando falamos de imprensa escrita e rádio, consideramos que afetam o psiquismo de forma menos impactante porque proporciona a possibilidade de os destinatários terem um comportamento mais ativo em relação com os meios audiovisuais.

Percebemos que existe um espaço para exercitar o pensamento de forma a permitir o desenvolvimento das funções verbais, ao contrário do que acontece com a televisão, por exemplo, que promove a fragmentação dos espaços ao interromper os fluxos de pensamento.

Com a televisão essa interação é mais rara, dando a impressão de que tudo o que é transmitido por esse meio não pode ser questionado e se torna um estado de verdade absoluta.

Um exemplo muito real e atual é a forma como os meios de comunicação, especialmente a televisão, comunicaram as causas e efeitos da pandemia do vírus corona.

É evidente que a mídia foi utilizada para levar os telespectadores a determinados comportamentos.

De uma forma geral, a população mundial ficou praticamente refém de tudo o que foi dito inicialmente e, com o passar do tempo, constatou-se que nem toda a informação transmitida era fidedigna e adequada a uma solução do interesse de todos.

A mensagem transmitida por meio de imagens e em ritmo intenso distrai a mente e promove comportamentos passivos.

Outro aspecto interessante de observar é o poder que tem de transmitir padrões comportamentais por meio do reforço proporcionado pela característica de repetição excessiva de materiais, como anúncios e temas de seus programas de entretenimento, muitas vezes sensacionais.

Sabemos que a televisão sempre desempenhou um papel importante na formação dos cidadãos, o que nos leva a pensar que este poderoso instrumento deve ser utilizado a favor da formação de cidadãos informados, críticos e altamente reflexivos.

Porém, não é isso que vemos na mídia, pelo contrário, é evidente que há uma intenção de (des)educar de acordo com os interesses de uma minoria.

As crianças passam a maior parte do tempo em frente à televisão e assim esta torna-se parte fundamental na estruturação dos seus valores.

A transmissão de regras, ideias e ideologias e a educação que deveria estar a cargo, primeiro dos pais e depois dos educadores de infância, é feita em grande parte por meio da televisão e também por meio de programas e redes sociais na internet.

A televisão e as redes sociais, hoje, dizem à criança quem ela é, que profissão deverá assumir no futuro e é ela quem lhe ensina os caminhos para concretizar os sonhos que ela mesma encarna em mentes desavisadas.

A psicanálise deve considerar como os meios de comunicação influenciam a formação do aparelho psíquico. A televisão tornou-se o fio condutor da realidade, função exclusiva dos pais, uma vez que a criança assimilou o superego dos pais.

Antes disso, quando se desenvolve a constituição do eu, esses meios estão tão fortemente presentes que se tornam modelos múltiplos e insistentes de identificação, ditando as regras do que é certo ou errado.

Não menos importante, cabe destacar que, ao satisfazerem as necessidades subjetivas de seus destinatários, principalmente as necessidades emocionais e afetivas ausentes do sujeito, acabam se tornando ferramentas muito eficazes.

Percepções sobre os artigos de Sigmund Freud Dois Princípios do Funcionamento Mental (Princípio do Prazer e Princípio da Realidade), de 1911, e A Pulsão e Seus Destinos, de 1915.

05 de agosto de 2023
Alexandre Prado de Freitas Ribeiro
Membro do Programa de Formação em Psicanálise da Escola Britânica de
Psicanálise

 

05 de agosto de 2023

Alexandre Prado de Freitas Ribeiro

Membro do Programa de Formação em Psicanálise da Escola Britânica de Psicanálise

 

No artigo “Dois Princípios do Funcionamento Mental”, publicado por Sigmund Freud em 1911, ele introduziu os princípios do prazer e da realidade, que desempenham um papel fundamental na compreensão do funcionamento mental. Esses princípios guiam a forma como os indivíduos buscam satisfazer seus desejos e lidar com o mundo ao seu redor.

 

O princípio do prazer afirma que o objetivo básico do aparelho psíquico é buscar o prazer e evitar o sofrimento. Ele está associado à pulsão de vida, representada pela busca do prazer, satisfação de desejos e gratificação imediata. O princípio do prazer busca reduzir a tensão e maximizar as experiências agradáveis.

Por outro lado, o princípio da realidade reconhece as limitações do mundo externo e a necessidade de lidar com as demandas e frustrações da realidade. Ele está associado ao princípio de realidade, que envolve adiar a gratificação, lidar com conflitos e encontrar formas adaptativas de lidar com o mundo. O princípio da realidade atua como uma moderadora das exigências do princípio do prazer.

A relevância do artigo de Freud reside na compreensão dos conflitos internos entre esses dois princípios dentro do aparelho psíquico. Freud argumenta que a tensão resultante desses conflitos é uma fonte importante de problemas psicológicos e distúrbios mentais.

Uma implicação importante desse artigo é o conceito de repressão. Freud argumenta que, em muitos casos, os desejos e impulsos inaceitáveis para a sociedade são reprimidos no inconsciente. A repressão ocorre quando essas pulsões são afastadas da consciência e empurradas para o inconsciente, onde continuam a exercer influência na vida mental do indivíduo. A repressão é uma forma de defesa psíquica que protege o ego de conteúdos indesejáveis e conflitantes.

Outra implicação importante é a compreensão dos sintomas psicológicos como expressões simbólicas e deslocadas dos conflitos internos. Os sintomas neuróticos, como ansiedade, fobias e compulsões, são considerados resultados da luta entre os princípios do prazer e da realidade. Esses sintomas podem representar uma tentativa de satisfazer as pulsões reprimidas, mesmo sob as restrições da realidade externa.

Além disso, o artigo destaca a importância do trabalho analítico na psicanálise. Ao explorar o inconsciente e as camadas mais profundas da mente, a psicanálise busca trazer à consciência os conteúdos reprimidos e os conflitos subjacentes. Esse processo de análise permite que o indivíduo ganhe insights e encontre novas formas de lidar com os desafios emocionais e psicológicos.

Os princípios do prazer e da realidade têm grandes impactos na vida das pessoas. Eles influenciam a forma como buscamos a satisfação, lidamos com a frustração e nos adaptamos ao mundo ao nosso redor. A compreensão desses princípios pode promover maior autoconhecimento, bem-estar, crescimento pessoal e a capacidade de lidar com os desafios da vida de maneira mais saudável. 

Em 1915, Freud escreveu um outro artigo intitulado “Pulsões e Seus Destinos”, também traduzido no Brasil por “Os Instintos e Suas Vicissitudes”.

No referido artigo, Freud aborda o conceito de pulsão, que é central para a teoria psicanalítica. Ele define pulsão como uma força psíquica ou energia que impulsiona o comportamento humano. Freud reconhece duas principais pulsões: a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Thanatos).

Pulsão é um conceito central na teoria psicanalítica de Freud e refere-se a uma energia ou energia psíquica que impulsiona o comportamento humano que impulsiona o comportamento humano. Ela é uma força motivacional que busca a satisfação de necessidades e desejos. Freud diferenciou duas principais pulsões: a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Thanatos).

A pulsão de vida está relacionada à busca pelo prazer, sobrevivência e procriação. Essa pulsão se manifesta de diversas formas, incluindo a pulsão sexual e a pulsão de autoconservação. A pulsão sexual, ou libido, é responsável pelo desejo erótico, pela atração sexual e pelos instintos sexuais em geral. A pulsão de autoconservação, por sua vez, está relacionada à busca de segurança, bem-estar e proteção.

Já a pulsão de morte representa a busca pelo retorno ao estado inanimado. Ela envolve uma tendência para a autodestruição e para a destruição de outros. Freud acreditava que a pulsão de morte estava presente em todas as pessoas, embora estivesse em constante luta e equilíbrio com a pulsão de vida.

As pulsões têm uma fonte biológica, surgindo de necessidades corporais e biológicas básicas, como fome, sede, sono e sexualidade. No entanto, Freud enfatizou que essas pulsões são moldadas e influenciadas pelo ambiente social e pelas experiências individuais.

As vicissitudes pulsionais se referem aos caminhos e direções que as pulsões podem seguir. Existem diferentes destinos para as pulsões, que podem ser influenciados por fatores psicológicos e sociais.

Um dos destinos possíveis é a satisfação pulsional, onde os desejos encontram uma expressão legítima e saudável, resultando em prazer e satisfação. Essa satisfação ocorre quando as pulsões conseguem se manifestar de maneira direta e adequada.

No entanto, quando as pulsões são reprimidas ou encontram obstáculos, elas podem ser convertidas em sintomas psíquicos ou físicos. Essa conversão é chamada de conversão em sintoma, e pode levar ao desenvolvimento de distúrbios mentais, como neuroses. Os sintomas neuróticos são vistos como expressões simbólicas e deslocadas das pulsões reprimidas.

Outro destino das pulsões é a sublimação, onde as energias pulsionais são desviadas para atividades socialmente aceitáveis e culturalmente valorizadas. A sublimação permite uma expressão saudável e produtiva das pulsões, canalizando-as para a criação artística, a atividade científica, o desempenho esportivo e outras construções sociais.

A repressão das pulsões é outro fenômeno importante nas vicissitudes pulsionais. A sociedade impõe restrições e censuras às pulsões, criando um superego internalizado que controla e reprime os desejos individuais. Essa repressão é necessária para a manutenção da ordem social, mas também pode levar a conflitos internos e distúrbios psíquicos.

Além disso, no artigo, é abordado o papel da pulsão na psicopatologia e na psicanálise. Ele argumenta que os sintomas neuróticos são manifestações da luta entre as pulsões e as defesas psíquicas, e que a análise dos sonhos, dos atos falhos e de outros conteúdos inconscientes pode revelar as pulsões subjacentes e os conflitos psíquicos.

A psicanálise busca explorar as vicissitudes pulsionais através da análise dos conteúdos inconscientes, como sonhos, atos falhos e lapsos de memória. Ao investigar esses conteúdos simbólicos, os analistas podem acessar e compreender as pulsões subjacentes e os conflitos psíquicos que podem estar causando distúrbios ou sofrimento.

Em resumo, segundo a teoria de Freud, a pulsão representa uma energia psíquica que impulsiona o comportamento humano. As pulsões têm uma fonte biológica, mas são moldadas pelo ambiente social. As vicissitudes pulsionais descrevem os diferentes destinos e desdobramentos das pulsões, incluindo a satisfação, a conversão em sintoma e a sublimação. A compreensão das pulsões e de suas vicissitudes é fundamental para a teoria psicanalítica e para a compreensão dos conflitos internos e distúrbios psíquicos.

Esse artigo continua sendo uma contribuição significativa para a compreensão da dinâmica psíquica e dos processos inconscientes na psicanálise.

Concatenando ambos os artigos, seguindo a sugestão de perguntas para guiar na preparação do trabalho, o que Freud buscava ao escrever ambos os artigos?  Passo a expor minhas percepções para ambos os artigos.

O artigo “Dois Princípios do Funcionamento Mental” tinha como objetivo principal apresentar os princípios do prazer e da realidade como forças motivadoras fundamentais no funcionamento mental humano. Freud procurou descrever a dinâmica entre esses dois princípios e a sua influência nas experiências e comportamentos humanos.

Ao introduzir o princípio do prazer, ele pretendia enfatizar a importância das pulsões e dos desejos na determinação do comportamento humano. Ele argumentou que o princípio do prazer busca a gratificação imediata e a maximização do prazer, buscando reduzir a tensão psíquica. Nesse sentido, Freud postulou que a busca pelo prazer é um dos principais motores do comportamento humano.

Por outro lado, o princípio da realidade foi apresentado por Freud como um princípio moderador, reconhecendo a presença de obstáculos e restrições no ambiente externo. Esse princípio visa lidar com as demandas e frustrações impostas pela realidade e muitas vezes envolve o adiamento da gratificação em nome de objetivos adaptativos.

Com a elaboração desses princípios, Freud buscava esclarecer os conflitos internos que surgem quando os princípios do prazer e da realidade entram em confronto. Ele defendeu que esses conflitos são uma fonte importante de problemas psicológicos e distúrbios mentais.

Já o artigo “Pulsões e Seus Destinos” tinha como objetivo explorar mais a fundo o conceito de pulsão, abordando suas diferentes manifestações e destinos psíquicos. Freud argumentava que as pulsões representam uma energia psíquica que impulsiona o comportamento humano.

Nesse artigo, Freud introduziu dois tipos principais de pulsões: a pulsão de vida (Eros) e a pulsão de morte (Thanatos). A pulsão de vida está relacionada à busca pelo prazer, à satisfação de desejos e à preservação da vida. Já a pulsão de morte envolve a autodestruição e a busca pela inanimidade.

Ao discutir os destinos das pulsões, Freud abordou a repressão, a sublimação e a conversão em sintoma. A repressão ocorre quando os desejos e impulsos inaceitáveis para a sociedade são mantidos no inconsciente. A sublimação, por sua vez, envolve o redirecionamento das energias pulsionais para atividades socialmente aceitas e valorizadas. A conversão em sintoma refere-se à manifestação dos conflitos e tensões pulsionais através de sintomas físicos ou psicológicos.

Em suma, ao escrever os artigos “Dois Princípios do Funcionamento Mental” e “Pulsões e Seus Destinos”, Freud pretendia avançar na compreensão do funcionamento mental humano, destacando as forças motivadoras do princípio do prazer e da realidade, assim como as pulsões e seus destinos. Essas obras representam importantes contribuições de Freud para a psicanálise, fornecendo bases teóricas para compreender os conflitos internos e suas consequências na vida das pessoas.

Quando indago o impacto de ambos os artigos na produção da teoria psicanalítica de Freud, concluo que esses artigos representaram um avanço importante na teoria psicanalítica de Freud, fornecendo conceitos fundamentais que se tornaram pilares dessa abordagem. A introdução dos princípios do prazer e da realidade e o aprofundamento dos conceitos de pulsão, e seus destinos, expandiram a compreensão da motivação, dos conflitos internos e das dinâmicas psíquicas. Esses artigos forneceram uma base teórica sólida para a terapia psicanalítica e influenciaram o desenvolvimento de técnicas terapêuticas, possibilitando uma compreensão mais aprofundada do funcionamento da mente humana.

Referências Bibliográficas:

Fadiman, J.; Frager, R. (1986). Teorias da personalidade. Tradução de Camila Pedral Sampaio, Sybil Safdié. São Paulo: Harbra, 1986.

Freud, S. Além do princípio do prazer (1920). In: Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros trabalhos. (1920-1922). In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XVIII (1925-1926). Pág. 17 a 44.

Freud S. (1915). As pulsões e suas vicissitudes. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XIV (1914-1916). Pág. 123 a 144.

Freud S. (1911). Formulações Sobre Os Dois Princípios Do Funcionamento Mental. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XII (1911-1913). Pág. 237 a 244.

Gay, P. (1989). Freud – Uma vida para nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras. 

Laplanche, J., Pontalis, J.B. (1988). Vocabulário de psicanálise. Tradução de Pedro Tamen. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes.

Uma Visão sobre Freud – “A Pulsão e Seus Destinos” (1915)

 

Carla Cristina de Godoi Guimarães 

Membro do Programa de Formação

 

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Freud, um médico neurologista, em uma época onde prevaleciam na sociedade os conceitos fundamentados em observação e estudos fenomenológicos, buscou, com a formulação deste artigo de 1915, “A Pulsão e Seus Destinos”, ampliar o pensamento científico, contextualizando e relacionando ao que lhe era conhecido na fisiologia, os “estímulos nervosos”, a um novo fenômeno observável em seus atendimentos, de forma empírica, a fim de conceituá-lo como primordial à ciência psicanalítica, o que chamou de instinto, em suas palavras “um estímulo para a psique”, e que, a posteriori, convencionou-se na Psicanálise freudiana como pulsão.

A pulsão, caracterizada por Freud como uma força intrínseca constante na psique do indivíduo, de origem interna e irredutível às fugas, ao contrário dos estímulos nervosos cerebrais, oriundos em sentido oposto, de fora para dentro, os quais seriam resolvidos com reações musculares, ações de alívio do desprazer gerado externamente, imporia então ao sistema nervoso tarefas bem mais complexas e soluções possíveis, para dominar/satisfazer os tais estímulos desconfortáveis gerados internamente, e assim aliviar a fonte de desprazer pulsional, uma vez que, em sua constância, seria impossível eliminá-la completamente.

Uma vez que Freud, à frente do seu tempo, observou que somos seres integrados, observou que as pulsões, os “estímulos para a psique”, estariam no limite entre o corpo e a alma, e, portanto, haveria ligação somática entre uma pulsão psíquica e o corpo físico, considerando alguns termos para conceitualizar a pulsão, sendo eles: impulso, meta, objeto e fonte da pulsão.

Descreverei, brevemente, as características supramencionadas, como sendo:

– Impulso: relacionado à atividade inata da pulsão.

– Meta: relacionado à satisfação, objetivo, alívio/diminuição do estímulo desprazeroso.

– Objeto: parte do corpo, veículo pelo qual a meta poderia ser alcançada, variável, passível de satisfação de uma ou mais pulsões, pulsões estas que se fixaram nele para atingir sua meta.

– Fonte da pulsão: processo somático, originário em um órgão ou parte do corpo, diferenciada quantitativamente e pelas funções dos variados órgãos que acomete, com a ressalva de que, na psique, só poderia ser reconhecida através da meta atingida.

Freud nos mostra que, prioritariamente, as pulsões teriam funções sexuais (através da observação clínica das neuroses de transferência, a saber, histeria e neurose obsessiva), e de autopreservação (Eu), partindo do biológico para o psíquico, nos trazendo as seguintes compreensões sobre o conflito entre pulsões sexuais e pulsões do Eu:

– Eu/indivíduo como principal, sexualidade como ocupação secundária do Eu/necessidade fisiológica;

– Sexualidade (geracional/imortal) como principal, sendo o Eu secundário, apenas o instrumento para a perpetuação da espécie.

No que tange aos destinos das pulsões, Freud nos afirma que seriam:

1. A reversão das pulsões no seu oposto, transformação de estímulos ativos em estímulos passivos, trocando a meta, de ativa para passiva, atentando para o fato de que a reversão não é total, o que dá margem à ambivalência, o caráter primevo do sadismo originário (ativo) não se perde, mas passa a alternar com o caráter masoquista (passivo).

2. O retorno da pulsão contra o próprio indivíduo, alterando assim o objeto, do externo (outro), para o interno (si próprio), mantendo, porém, inalterada a meta de alcançar a satisfação através do alívio e diminuição da excitação angustiosa.

3. A repressão das pulsões, como mecanismo de defesa ao intolerável à consciência, que incorre na repetição contumaz da tentativa de retorno das mesmas pulsões à consciência, através, por exemplo, do chamado “retorno do reprimido”, pela via de sonhos, lapsos de memória, atos falhos, chistes, sintomas, fobias, neuroses de transferência.

4. A sublimação das pulsões, transformando pulsões destrutivas em socialmente úteis e elevadas, mecanismo de defesa mais maduro e salutar.

Esta brilhante obra freudiana foi um marco que trouxe luz à ciência psicanalítica, ainda em seus primórdios, tornando-a mais crível à sociedade médica, um trabalho robusto, sustentável, quando Freud ainda trabalhava na primeira tópica com os conceitos de Consciente, Pré-Consciente, Inconsciente, expandindo o caminho para que Freud evoluísse para a segunda tópica, com os conceitos de Id, Ego e Superego, que caracterizam a ciência psicanalítica atual, e tudo isto através da minuciosa e exímia observação e contundente trabalho deste revolucionário médico neurologista, que viria a ser assim considerado na contemporaneidade, o “pai” da Psicanálise.

Bibliografia: 

FREUD, Sigmund. A Pulsão e Seus Destinos. Ano de Publicação: 1915.